Sarau Perifatividade – Fevereiro 2016

Começamos o ano muito bem, na quebrada, no sapatinho, no espaço que de agora em diante, sim o nosso ninho, que verá muitas andorinhas voando…
E para ver essas andorinhas o primeiro Sarau Perifatividade oficial na quebrada e no novo espaço foi batizado por nossa grande poetiza Dinha Maria Nilda, lançando o livro “Zero a Zero” (15 poemas contra o genocídio da população negra). Tão importante quanto o tema foi a participação musical com seu Rap engajado, Lua Rodrigues musicou o movimento que contou com a comunidade do Pq. Bristol que fez do espaço pequeno e com muito calor humano! O livro também conta com a colaboração dos coletivos Mesquiteiros – Um por todos, todos por um, Força Ativa, Núcleo Poder e Revolução pela Me Parió Revolução. Organizado por Lindalva e Sandrinha.
FOI FANTÁSTICO confiram as fotos!…

Fotos por: João Claudio – JC

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Sarau Perifatividade na Biblioteca: Onde Estaes Felicidade?

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Encerramos as nossas ações de 2014 na Biblioteca Amadeu Amaral pelo Programa Literatura Periférica: Veia e Ventania nas Bibliotecas de São Paulo, com chave de ouro! Nada melhor que um lançamento literário que envolve Carolina Maria de Jesus, organizado por uma referência literária de nossa quebrada!
E assim lançamos “Onde Estaes Felicidade?”, livro com dois textos inéditos de Carolina Maria de Jesus, de organização de nossa poetisa do Fundão do Ipiranga Dinha Maria Nilda e Raffaella Fernandez, em parceria com a editoraCiclo Contínuo e a Fundação Cultural Palmares.
Também tivemos a presença de Luciana Lima, neta de Carolina Maria de Jesus e seus bisnetos, e todos os colaboradores desta obra, que ganharam seus livros customizados, além de uma intervenção em stêncil art por Fininho( Sarau Arttude)
Para musicar este dia tão especial, nada melhor que os nossos: Pânico Brutal e Vinão Alobrasil, além da Família Crack Zero, parceira e sempre presente!
Agradecemos e muito à: Helena Santos (coordenadora da Biblioteca Amadeu Amaral), Rosa Maria Falzoni, Heloisa Bonfanti, Giuliano Tierno e demais pessoas do Sistema Municipal de Bibliotecas (SMC), pela oportunidade e realização desses dois anos de atividades!
Até 2015!

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“Onde escondemos o ouro”, lançamento do novo livro de Dinha!

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Um sábado muito marcante e especial para nós, do Coletivo Perifatividade, foi dia 05/10. Quando um grande autor, ou autora da qual admiramos muito, e que tem uma história cultural no Fundão do Ipiranga como nossa antecessora, é no mínimo, de deixar-nos muito felizes de estar próximos. Ainda mais quando não só a autora, mas a família, é nossa família também, e quando apoiamos a iniciativa e a organização da obra e do lançamento.

Não só para o Coletivo Perifatividade, mas para tod@s que acompanham a literatura periférica, Dinha é sem dúvida, admirada e inspiradora. Quem leu “De passagem mas não a passeio” (Edições Toró / Global Editora), primeiro livro da autora, sabe o que estamos falando. Mesmo quem está neste meio recente, e acompanhou o clipoético “De aqui de dentro da guerra”, poesia de Dinha, muito bem interpretada pelo Sarau dos Mesquiteiros e Rodrigo Ciríaco em parceria com mundo em foco.

Dinha lança seu segundo livro, “Onde escondemos o Ouro”, que é uma belíssima obra, da capa às poesias: a primeira obra pela editora Me Pariò Revolução, fundada por Dinha, Lindalva Oliveira e Sandrinha Alberti, se destaca por livros feitos de forma semiartesanal, e personalizados, com conteúdos com muita qualidade poética e militância.

No lançamento, que foi realizado no Mutirão do Jd. Celeste, além da exibição do clipoético, Dança Oriental com Ana Fonseca e suas alunas, Sarau Perifatividade, MC Terno e Diego, Silmara Silva e música com Fernando Teobaldo.

Lançamento lindo, para ficar na história e memória! Para adquirir “Onde escondemos o ouro” basta clicar no título, que dá acesso à venda pela Internet.

Confira fotos do lançamento (Divulgação)

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Dinha lança seu segundo livro “Onde escondemos o ouro”

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Sábado, 05/10, a grande poetisa do Fundão do Ipiranga, Dinha lança sua segunda obra literária, “Onde escondemos o ouro”.

  • Dinha (pseudônimo de Maria Nilda de Carvalho Mota) nasceu na cidade de Milagres, Ceará, no ano de 1978. Mudou-se para São Paulo, trazida pela família no ano seguinte. Em 1999 participou da fundação da Posse Poder e Revolução – grupo de pessoas, ligadas ao movimento hip hop, dispostas a realizar intervenções políticas e culturais em suas comunidades. No mesmo ano iniciou o curso de Letras na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Atualmente é doutoranda da área de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, leciona na rede pública municipal de ensino, é autora dos livros De passagem mas não a passeio (2008) e Onde escondemos o ouro (2013) e é também criadora e editora do selo Me Parió Revolução, em parceria com Sandrinha Alberti e Lindalva Oliveira. É aluna (em fase de doutoramento) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo e autora dos livros De passagem mas não a passeio (2008) e Onde escondemos o ouro (2013).

    “Onde escondemos o ouro” divide-se em 3 pequenos livros. O primeiro, chamado “O guardião” representa o Amor em seus múltiplos sentidos como guardador dos tesouros. O livro 2, chamado “O ouro” ou “A lista dos 100”, homenageia as muitas pessoas que a autora, seus familiares e vizinhos viram morrer assassinadas ao longo de suas vidas. Essas pessoas são a representação do ouro que, na visão da autora, é diariamente saqueado pelo Estado e suas ações e omissões cotidianas. O livro 3, por fim, faz da ironia o último recurso de luta. “Bichos” apresenta uma série de situações e insights em que só a ironia parece ser capaz de restaurar a ordem e garantir a integridade poética.

    Para o evento de lançamento, além de um bae-papo com a autora, as presenças de Sarau dos Mesquiteiros e Sarau Perifaividade, homenagem a Fernando Elza (Malote), Dança Oriental com Ana Fonseca, Intervenção Musical com Silmara Silva, Terno Maciel & Diego Soares e Repper Fiell (RJ).

    Lançamento do livro “Onde Escondemos o Ouro”, de Dinha

    Mutirão do Jd. Celeste

    R. Memorial de Aires, 480 – Jd. São Savério (próx. a E.E. Álvaro de Souza Lima e Paróquia Jd. São Savério)

  •  

Novo livro da Dinha será publicado em agosto, e você também poderá concorrer!

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Sete anos depois de publicar o seu primeiro livro De passagem mas não a passeio(Edições Toró, 2006, republicado pela Global Editora em 2008), Dinha, grande poetisa do Fundão do Ipiranga, volta à cena literária da cidade de São Paulo com seu novo livro Onde escondemos o ouro.
Seu primeiro livro, com tiragem inicial de 500 exemplares, praticamente esgotou-se em apenas 5 meses. O exemplar da Global Editora, esse sim, ainda pode ser encontrado nas livrarias.
O novo livro será publicado pela Me Parió Revolução – o selo literário da Rede Poder e Revolução.
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O objetivo é que seja um livro bonito e de baixo custo, de modo a garantir o acesso, mesmo a quem não tem dinheiro pra investir na compra”, diz Dinha. Para tanto, o livro virá em formato pocket e será confeccionado de modo semiartesanal, com a ajuda de Sandrinha Alberti e Lindalva Oliveira, parceiras na criação da Me Parió.
O lançamento está previsto para o mês de agosto, e você pode concorrer a um exemplar da novíssima obra! Basta curtir e compartilhar a postagem que está no topo da fanpage da editora Me Parió Revolução! Quando a página da editora chegar às 100 curtidas, será sorteado @ ganhador@ desta mais nova obra literária do nosso Ipiranga!
 
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Projeto de habitação pra quem???


Acima, matéria que saiu na revista da Secretaria Municipal de Habitação de SP – intitulada “RENOVA SP” edição nº 03, do mês de outubro, pág 06, o projeto de urbanização que será realizado nas margens do córrego ( Ribeirão dos Meninos) que passa pela Vila Liviero, Pq Bristol e Jd São Savério e que será removida todas as famílias para onde e como???


Acreditamos que o máximo de famílias precisam conhecer esse projeto (mirabolante) da prefeitura para que seja feita uma discussão e negociação da população com a prefeitura. 

Sabemos que já têm alguns encaminhamentos, onde Terno, Dito entre outros estão na luta para essa negociação, mas é de suma importância nosso envolvimento.

Agradecemos divulgação em suas redes


Quem leu, leu. Quem não leu. Leia. Vale a pena.

VOCÊ SABE O VALOR DA LEITURA?

Quando então aprendi a ler, o mundo se abriu de uma vez. E era pequeno demais para mimPor Dinha [*]

Quem de nós sabe o valor da leitura? Posso dizer que sei. Ainda pequena, vivi as histórias de lobo e fantasma, de riso e de solidão, através das incansáveis narrativas de meu irmão, apenas dois anos mais velho que eu. Foi no espanto dessas histórias que eu, pela primeira vez, conheci o gosto de aventura em lugares distantes, com pessoas longínquas, em situações inusitadas, vampiro sonhando manhãs de sol.
Eu lia sem ler, ouvindo apenas – e vendo em meu irmão o brilho de entusiasmo e a satisfação em contar histórias, que só os grandes contadores de história têm. Quando, aos sete anos, entrei na escola, e as letrinhas juntaram-se em palavras e em sílabas – para mim, algumas delas nunca foram sílabas, foram sempre cachorros latindo, amigos se cumprimentando, reis ascendendo aos tronos, sapos, macacos e sherazades, explosões de significados, amor descoberto aos poucos.
Quando então aprendi a ler, o mundo se abriu de uma vez. E era pequeno demais para mim: o córrego [riacho] sujo, o barraco apertado e suspenso, para driblar as enchentes, a comida contada. Iniciada a leitura, apenas o amor da mãe prosseguiu (tão imenso quanto as esperanças que ela depositou em mim). Todo o resto perdeu a cor, dissipou-se, precisou ser reescrito.
Empodeirada de leitura, ganhei o mundo, estudei na melhor universidade do país, tornei-me poeta e professora. E se o mundo não me ganhou, foi porque desenvolvi meu senso crítico, fortaleci meu senso de proteção e encontrei alguém que me ajuda a ressignificar o mundo, cotidianamente.
Espalha-Leitura
Eu sei o valor da leitura e sei que no Brasil ele ainda é pequeno.
parque-bristolEmbora os governos invistam minimamente em programas como o “Minha Biblioteca”, que distribui títulos, gratuitamente, a alunos da rede municipal, ou o “Uma biblioteca em cada município”, do governo federal, o acesso aos livros em nosso país, especialmente nas periferias das grandes cidades, permanece escasso. No Parque Bristol, zona Sul de São Paulo, por exemplo, a biblioteca pública mais próxima fica a R$2,70 de distância, 30 minutos de ônibus, ou uma hora e meia a pé. E pode custar o dobro, se o leitor desejar voltar para casa após o passeio. Na Cidade Tiradentes, uma imensa área residencial, com alto índice de vulnerabilidade social, na Zona Leste de São Paulo, há apenas uma biblioteca e ela é comunitária – só existe enquanto o Núcleo Força Ativa, um grupo organizado da região, puder mantê-la. Como no Parque Bristol, que também tem sua biblioteca comunitária, o acesso a esse bem cultural depende não da ação obrigatória do governo, mas da boa vontade e da insistência política de cidadãs e cidadãos comuns.
Gente comum, esforços incomuns
forcaativaUm amplo coletivo começou a ser formado em 2006, durante um encontro sobre bibliotecas comunitárias, no Itaú Cultural. Lá estavam eu, duas professoras universitárias – uma das quais era, na época, doutoranda pela Universidade de São Paulo e cuja tese abordava o tema das bibliotecas comunitárias, enquanto prática social no Brasil -, o Núcleo Cultural Força Ativa e outras organizações sociais envolvidas com o tema. A minha função, na ocasião, era apresentar a Livro-pra-que-te-quero (nossa biblioteca, gerida pelo Poder e Revolução, o “arquipélago urbano”) e as nossas estratégias de “espalha-leitura”.
Tempos depois, uma das professoras nos procurou para conhecer melhor a nossa experiência e certificar-se de que ela se encaixava em seu estudo acerca das bibliotecas comunitárias.
Aparentemente, ela gostou tanto do que viu, ali e em outros tantos espaços pelo país afora, que entendeu ser importante a realização de um encontro nacional de bibliotecas comunitárias, enquanto estratégia de fortalecimento destas iniciativas, de modo a aumentar sua visibilidade e promover trocas capazes de aumentar o acesso aos livros no país e contribuir para a formação de leitores. A seu convite, foi formado, então, um coletivo com vistas ao planejamento e execução deste encontro.
Primeiro Encontro Nacional de Bibliotecas Comunitárias
De 2009 até agora, muitos esforços foram demandados, por parte de todos, para que um encontro entre as bibliotecas comunitárias do país fosse realizado: foram feitas muitas reuniões de planejamento, viagens com gastos do próprio bolso, articulações comunitárias, um projeto foi escrito, um plano de trabalho desenhado, uma rede virtual foi criada e segue funcionando no endereço eletrônico http://www.rbbconexoes.ning.com.br. Além disso, foram feitos vários contatos com possíveis parceiros e patrocinadores da idéia. Muitos domingos de sol foram adiados, em nome desta possibilidade.
scannedimage-8Entretanto, apesar da organização popular em torno da construção deste encontro, apesar de este ter sido um sonho sonhado junto, a realidade esbarrou no preço, na pouca importância que a leitura, estrategicamente, parece ter neste país, e o evento ainda não aconteceu.
Para que ele ocorra, esta luta precisa prosseguir. Por isso, convidamos a tod@s a que engrossem as fileiras em torno da batalha, ora travada, para que os livros, enquanto direito, como bens culturais que são, estejam acessíveis a todos e a todas e para que este encontro, enquanto estratégia de reforço nesta batalha, possa efetivamente acontecer.
Você, sabe o valor da leitura?


[*] Dinha é membro do Núcleo Poder e Revolução, professora da rede pública municipal da cidade de São Paulo, mestranda em Estudo Comparados de Literatura de Língua Portuguesa (FFLCH/USP) e autora do livro De passagem mas não a passeio (Global Editora, 2008)

FONTE:
http://rbbconexoes.ning.com/forum/topics/voce-sabe-o-valor-da-leitura

MORTOS DE MAIO, PARA NUNCA ESQUECER

No dia 14/05/2006, dia das mães, em meio ao caos que se instalou em São Paulo, nós aqui do Parque Bristol assistimos, espantados e tristes, a morte de Fabrício de Lima Andrade, de 18 anos, Edivaldo Soares Andrade, de 24 anos, Israel Alves de Souza, de 25 anos, e, em 05/12 do mesmo ano, a morte do único sobrevivente desta chacina aqui no Bristol: o nosso saudoso, guerreiro e querido Fernando Elza, o Malote, então com 22 anos.
Para que não esqueçamos, nunca jamais, republico alguns poemas e estas poucas linhas que não traduzem a saudade, a tristeza e a nossa indignação com o Estado podre.
Esta guerra tem nos deixado marcas que nunca nunca se apagam.

Notícia de Israel

(Panfleto contra todos os homens-blindados-que-cagam-ouro-na-minha-fome-e-na-fome-da-minha-família)

I
Anteontem, em algum lugar do passado, eu via uns rapazes negros, bonitos, pintas de rappers ( entretanto dançavam as danças de roda). Tão iguais e tão diferentes dos que ontem morreram nas mãos da polícia. Dos que ontem mataram “os polícia”.

Era dia das mães e os tiros entraram nos meus ouvidos ao mesmo tempo em que imagens da gente toda que eu conheço e confio me passava pelos olhos
e rezas – mais com o corpo que com a lógica – me pesavam por cada um deles. Desordenadamente.

Mas, ai, esqueci de alguns!!!
e três mães acordaram sem filhos.
nem dormiram – o que diz mais.
E eu não ouvi notícia em nenhum telejornal.

Em casa, a recomendação: Dinha, não sai de casa, nem volta de madrugada que a polícia ta matando todo mundo.

II
Quem começou essa briga?
Quem está brigando com quem?

“Quem é marginal?
Quem é a lei?”.

Polícia contra bandido?
Ou fardados contra sem farda? Como o jogo de “solteiro e casado”, no primeiro dia do ano?

Bandido contra bandido.

Israel no meio, às 11.20 da noite, voltando pra casa da mãe.

Explorado contra explorado.

III

Me mandem matar a polícia!

Eu vou, se isso trouxer
Israel,
Sandro,
Aristides,
Luciano,
Márcio,
Cometa,
Buiú
(toda a família de Elisângela)
Edmarcos e
Hilário
(toda os mortos dos CEDECAS)

de volta.

Me mandem matar os bandidos!

Eu vou, se me deixarem
Matar todos os homens-blindados-que-cagam-ouro-na-minha-fome-e-na-fome-da-minha-família.
Eu mataria capitães do mato
Se eles não fossem de fato
Tão vítimas como são vítimas:
Os policiais fardados,
Os meninos sem camisa,
A mulher de volta pra casa,
Israel, no colo da mãe.

O fuzil de minha palavra
Precisa estar voltado
Pra verdadeira revolução.

15/05/06

Cemitérios Gerais

O nosso tesouro
enterramos
em vilas e jardins.

Três anos depois, o Cachorro
cavuca
o osso

termina de nos roubar.

Outra família enterra
seu ouro
no mesmo
lugar.

CALIBRE 200

“O guerrilheiro é terra móvel
Decisão de liberdade
Na pátria raivosamente escrava”
(Costa Andrade)

Fernando Maloterson (alto!) lidera a lista dos cem.
(Se não qual o outro sentido do pássaro estúpido tomar o teu corpo te por tão no ar?)

Fernando Maloterson (alto!) comanda a lista dos cem.
Bem lá no finzinho, Aristides – o que sonhava ser padre – recepciona os chegantes.

Meninos de exército
novo
assumindo posições.

Por baixo, prossegue essa vida.
Cotidiano instinto de proteção.
Nova milícia
Velha carícia:
a liberdade inscrita
brilhando fria nas mãos.
14/09/07

Ao Mais-Novo caído

Asseguro.
Com certeza pensou no filho.
no menino que seria
o dos teus olhos
pra sempre.
tua mãe também
quando ouviu teu nome
e tiros
pensou no menino dos olhos
dela.
com certeza
lembrou do batismo
bebê no colinho
abandonando, desde cedo,
o pai.

Asseguro.
Pensou na vida
inteira
pela frente
que era sua e queríamos
que vivesse

pensou, talvez, em mim

eu que sangro todo dia
sua vida e sua história
e que endereço a você
meus versos de guerra e de glória
e divido com meus anjos
essa responsabilidade:
garantir tua existência
avançar em tua idade
roubada
até que se prove
o contrário
e você possa

descansar

em paz.

Líder comunitario é espancado por PM´s no Parque Bristol.

Parceiro Terno: ( Organizador  do ESPORTE CLUBE FAVELA, membro de comissão e organização da 2º CAMINHA DA PAZ,  um dos líderes  do MALOCA,  Núcleo  PODER E REVOLUÇÃO e membro do COLETIVO PERIFATIVIDADE, além de MC do grupo PÂNICO BRUTAL).

Guerra é guerra. Durante a contagem regressiva para a Caminhada da Paz

– que será no dia 27/05 – a polícia mostra, ainda uma vez, quem é e a

que veio.

Na última sexta-feira, 06/05, Maciel Mota de Almeida, de 35 anos, uma

importante liderança comunitária da região do Parque Bristol e

arredores, foi pública e brutalmente agredido por policiais da Força

Tática.


Terno, como é conhecido, acompanhava a ação dos PMs que punham fim em

um baile funk que vinha, literalmente, “tirando o sono” dos moradores

da Rua Jorge Morais, Parque Bristol, Zona Sul de São Paulo.


Ironicamente, a vítima havia acabado de postar em seu blog 

(http://futebolrapesamba.blogspot.com) um elogio à ação dos soldados

quando, em uma abordagem surpreendente e truculenta, foi agredido a

socos e revidou. Sua reação causou grande tumulto, pois a população –

vendo o ato de covardia – teria entrado na briga.


O episódio gerou uma denúnica na corregedoria, para os soldados, e um

boletim de ocorrência por desacato à autoridade, para Terno. Veja, na

íntegra, seu depoimento:


De: Du & Dinha